Hidratação e proteção solar são essenciais
Assim como o rosto, as mãos ficam expostas 24 horas por dia, sem nenhuma proteção. É sol, vento, poluição, frio, calor. Além disso, para piorar, as mãos ainda sofrem um desgaste tremendo proveniente do contato quase que diário com produtos químicos como detergente, sabão em pó e alvejantes. E até mesmo situações que pensamos ser benéficas, podem representar riscos. Um bom exemplo é lavar as mãos além do necessário. “É bom evitar lavar as mãos com tanta frequência para que elas não fiquem ainda mais ressecadas. Se não for possível, dê preferência para os sabonetes líquidos hidratantes, já que as versões em barra ressecam mais a pele, pois contêm mais produtos químicos abrasivos”, alerta a dermatologista Mônika Brandão, do Rio de Janeiro, que é membro das Sociedades de Dermatologia Brasileira e Americana.
Bom mesmo é eliminar todo e qualquer desgaste que seja fácil de evitar. “A pele das mãos tende a envelhecer mais rapidamente do que a do rosto, por exemplo, já que a derme dessa região é constituída por fibras colágenas mais finas e por isso o grau de flacidez é mais intenso se comparado com o restante do corpo”, destaca Mônika. “Além disso, é uma das áreas do corpo que mais ficam expostas ao sol, o que favorece um envelhecimento mais acelerado”, lembra a médica carioca.
A mesma consciência que as pessoas têm para tratar do rosto deveria ser estendida para o cuidado das mãos. De acordo com a dermatologista Roberta Vasconcelos, pesquisadora do ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, não existe uma idade padrão a partir da qual as pessoas deveriam começar os cuidados com essa região. “Mas no momento em que a pessoa decide cuidar do rosto para evitar o envelhecimento, ela deveria se preocupar igualmente com as mãos, pois são as áreas que mais sofrem com a exposição solar e que, consequentemente, acabam formando rugas, manchas e perdendo a elasticidade mais precocemente, ficando com um aspecto mais envelhecido”, explica a especialista.
Cosméticos: bons aliados
Na lista de cosméticos que podem ajudar no combate ao envelhecimento das mãos não pode faltar dois produtos essenciais: o filtro solar e o hidratante. Mas isso não significa que os benefícios de um creme rejuvenescedor ou com propriedades clareadoras, por exemplo, estão descartados. Tudo vai depender da necessidade da pele. “Os hidratantes protegem contra os agressores mais comuns, pois funcionam como uma barreira protetora e reduzem o nível de ressecamento da cútis. Os rejuvenescedores melhoram a textura e os clareadores atenuam manchas e mantêm a pele com um tom uniforme”, explica o dermatologista Luiz Roberto Terzian, membro e conselheiro das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e de Cirurgia Dermatológica. Mas para saber exatamente qual o melhor para cada caso, o ideal é consultar um dermatologista. “Não existe um padrão de ativos que favoreça especificamente as mãos nem que seja indicado para qualquer pessoa. É importante para a escolha de uma ou outra substância avaliar a idade da paciente, o tipo de pele e o grau de envelhecimento já instalado para decidir qual ativo deve ser usado”, ressalta Roberta Vasconcelos.
Optar por sempre usar luvas durante os afazeres domésticos garante que as mãos fiquem jovens por mais tempo
O hábito de usar luvas pode amenizar, e muito, o desgaste das mãos – tanto nos afazeres domésticos como nas atividades ao ar livre por períodos prolongados. “As luvas ajudam sempre, elas são grandes aliadas na prevenção de problemas como ressecamento e irritação, assim como o próprio desgaste em longo prazo”, alerta Luiz Roberto. “Vale lembrar que a luva ideal para as tarefas de casa é aquela forrada com algodão por dentro, para evitar sensibilização pela borracha, e que fica na altura dos cotovelos. Os modelos muito curtos permitem que gotas de água com produtos químicos entrem na luva e acabem causando ainda mais irritação pelo calor das mãos e pela oclusão”, sugere Roberta. “Outra opção é colocar uma luva de algodão por baixo da tradicional, de borracha, para evitar a umidade excessiva, que acaba se instalando por conta do suor produzido pela falta de ar”, complementa Terzian.
Além de protegerem contra produtos químicos, as luvas podem ser também uma eficiente barreira física contra o sol. “Nas atividades ao ar livre onde a exposição solar seja intensa é indicado usar uma luva com tecido próprio para proteção solar”, destaca Roberta Vasconcelos. Há muitos modelos disponíveis no mercado que permitem a transpiração, sem causar calor excessivo, e ainda contêm propriedades bactericidas, fatores que prezam o frescor e a higiene. “Para esses casos, geralmente as pontas dos dedos ficam descobertas, o que pode deixar essas regiões expostas mais envelhecidas, mas no geral a prevenção é bem eficaz, já que o que chama mais a atenção é o dorso das mãos”, lembra o dermatologista Luiz Roberto Terzian.
O sol, sempre ele
Como não podia deixar de ser – já que elas ficam excessivamente expostas – o sol é o maior inimigo das mãos. “É ele o grande culpado pela formação de manchas, flacidez, rugas, aspereza e, em um grau mais avançado de exposição, tumores benignos e malignos”, resume Luiz Roberto Terzian. Portanto, só tem uma maneira de amenizar a causa desses problemas: utilizando diariamente o protetor solar. “O sol é um dos fatores mais ligados ao envelhecimento da pele. As manchas escuras nas mãos, conhecidas como manchas senis são, na verdade, manchas causadas pela exposição solar do dia a dia de uma vida inteira. Além disso, aquele aspecto de pele menos elástica e com sulcos marcados que vemos nas mãos das pessoas idosas também é resultado de contato com o sol”, justifica Roberta Vasconcelos. Sendo assim: “o uso do filtro solar é a forma mais importante de prevenir o envelhecimento prematuro das mãos”, resume Mônika Brandão. Para saber o fator de proteção mais adequado, uma boa referência é o rosto, isto é, deve-se usar o mesmo FPS da face – que geralmente não deve ser mais baixo do que 30. Outra recomendação dos especialistas é aplicar pelo menos duas vezes por dia: pela manhã, antes de sair de casa, e na hora do almoço (antes de ir para a rua). “É importante também que o protetor solar tenha proteção contra os raios UVA”, evidencia Luiz Roberto, se referindo aos raios que são mais constantes tanto no horário quanto na época do ano, ou seja, atingem a pele praticamente da mesma forma no verão e no inverno.
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